Vale do Forquilha, Quixeramobim, °ä±ð²¹°ù¨¢: aqui, no cora??o de um dos estados mais secos do Brasil, o verde dos pomares contrasta com a paisagem seca do semi¨¢rido.
Enquanto os p¨¦s de mam?o d?o flores, as goiabeiras exibem frutos quase maduros, levemente perfumados. ¡°Pegue umas, tem um monte¡±, convida Deusimar C?ndido, 47 anos, presidente da associa??o local de pequenos agricultores.
H¨¢ pouco mais de uma d¨¦cada, essa abund?ncia era apenas um sonho para ele e as 180 fam¨ªlias que vivem na regi?o. ¡°Nossa agricultura era de sequeiro. Se chovesse, a gente colhia. Do contr¨¢rio, era perda total¡±, ele lembra.
Com o apoio de uma parceria (mais conhecida como Projeto S?o Jos¨¦) entre o Banco Mundial e o governo do °ä±ð²¹°ù¨¢, esses agricultores implementaram a tecnologia que, o ano inteiro, permite a eles puxar ¨¢gua do solo.
Na comunidade, eles tamb¨¦m instalaram um sistema de irriga??o por gotejamento ¨C que, com mangueiras e bocais, direciona a ¨¢gua somente para onde a planta precisa. ¡°Plantamos frutas e verduras com a certeza de que vamos colher. Cada fam¨ªlia consegue tirar pelo menos R$ 1,5 mil ao m¨ºs¡±, conta.
Ultimamente, C?ndido sonha com o dia em que o sistema de irriga??o da comunidade ser¨¢ controlado por computador.
¡°A irriga??o por gotejamento d¨¢ certo no semi¨¢rido porque com ela os agricultores podem diversificar a produ??o e melhorar a colheita sem gastar muita ¨¢gua¡±, explica Fatima Amazonas, especialista em desenvolvimento rural no Banco Mundial.
De 2001, quando come?ou a primeira fase do trabalho (a segunda iniciou-se em 2006), a 2010, aproximadamente 185,5 mil fam¨ªlias em todo o °ä±ð²¹°ù¨¢ tiveram benef¨ªcios parecidos.