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MAPUTO, 13 de Dezembro de 2019 - Para Samuel Ernesto, a vasta plan¨ªcie sedimentar Mo?ambicana do distrito de Nhamatanda ¨¦ como o rosto de um velho amigo.

Ernesto, 49 anos de idade, conhece bem a plan¨ªcie depois de 22 anos a conduzir cami?es de longo curso no tro?o ligando o porto da Beira na prov¨ªncia de Sofala, em Mo?ambique, a Lilongwe, no vizinho Malawi.

Antes do ciclone Idai atingir seis prov¨ªncias de Mo?ambique em Mar?o de 2019, a viagem do Ernesto durava entre sete a oito horas. Depois do Idai cortar a Estrada Nacional N¨²mero 6 em tr¨ºs lugares diferentes, a viagem passou a durar 12 dias. Ap¨®s a longa viajem, Ernesto recorda-se que o seu cami?o chegava ao destino danificado e com a mercadoria sem a necess¨¢ria qualidade para exporta??o.

Neste momento, gra?as a uma doa??o financeira para a restaura??o de estradas e pontes do Banco Mundial, Ernesto voltou ao seu calend¨¢rio anterior ao ciclone.

Muito recentemente, vimo-lo sorridente enquanto percorria um trecho de 11 quil?metros de estrada em apenas 15 minutos. Antes da restaura??o, fazia-o em duas horas.

A EN-6 ¨¦ uma das estradas mais movimentadas de Mo?ambique, pelo que, a sua intransitabilidade prejudica a economia do pa¨ªs e afeta tamb¨¦m as economias dos pa¨ªses aos quais se conecta - Malawi, Z?mbia e Zimbabwe.

Cat¨¢strofes clim¨¢ticas como ciclones, inunda??es e secas s?o comuns em Mo?ambique. Mas o Ciclone Idai e o seu g¨¦meo, Ciclone Kenneth que seis semanas depois do primeiro atingiu Mo?ambique, foram os ciclones mais devastadores da hist¨®ria recente do pa¨ªs.

Ciclone Idai matou mais de 1.000 pessoas, causou destrui??es sem precedentes e afetou a vida de tr¨ºs milh?es de pessoas em Mo?ambique, Malawi e Zimbabwe. A chegada do Ciclone Kenneth nos finais de Abril marcou a primeira vez na hist¨®ria registada que dois fortes ciclones tropicais atingem o pa¨ªs na mesma temporada.

&²Ô²ú²õ±è;¡°O Banco Mundial respondeu rapidamente a essa calamidade sem precedentes, disponibilizando a Mo?ambique US $ 500 milh?es em financiamento", observou Mark Lundell, Diretor do Banco Mundial para Mo?ambique, Madag¨¢scar, Maur¨ªcias, Seychelles e Comores. "Estou muito satisfeito por ver que esses fundos j¨¢ se refletem em v¨¢rios resultados tang¨ªveis no terreno¡±.

O pacote financeiro do Banco incluiu US $ 110 milh?es em financiamento adicional para o  (IFRDP), providenciado atrav¨¦s da Associa??o Internacional para o Desenvolvimento, o fundo do Grupo Banco Mundial para os pa¨ªses mais pobres.

A restaura??o de estradas e pontes restabeleceu os v¨ªnculos entre produtores e consumidores de produtos agr¨ªcolas. Tamb¨¦m restaurou o acesso das comunidades aos servi?os de educa??o e sa¨²de. E restabeleceu o com¨¦rcio perdido entre Mo?ambique e os pa¨ªses vizinhos, trazendo divisas para o pa¨ªs. 

¡°Os projetos financiados pelo Banco Mundial restauraram ou constru¨ªram 700 quil?metros de estradas pavimentadas, 1.900 quil?metros de estradas rurais, 46 pontes e 40 quil?metros de diques para proteger as estradas de inunda??es¡±, observou Rakesh Tripathi, Especialista S¨¦nior em Transportes do Banco Mundial e respons¨¢vel pelo projeto.

A  de Mo?ambique reconstruiu em tempo recorde as tr¨ºs pontes que o Ciclone Idai destruiu.

¡°Todas elas foram constru¨ªdas de raiz, juntamente com um dique de prote??o de oito quil¨®metros e ainda um nov¨ªssimo asfalto utiliz¨¢vel sob todas as condi??es meteorol¨®gicas numa extens?o de 12 quil¨®metros¡±, disse Agostinho Raiva, da ANE. ¡°Com esta interven??o, reduzimos significativamente o isolamento da cidade da Beira e alguns distritos circunvizinhos¡±.

Para al¨¦m de estimular a economia, o governo contratou cerca de 1.800 trabalhadores para a restaura??o - um quarto deles mulheres. A maioria era das ¨¢reas onde o trabalho ocorreu.

Alguns projetos deram vida a comunidades inteiras. Um exemplo foi a restaura??o de uma ponte sobre o rio Rev¨²bu¨¦, na Prov¨ªncia de Tete. A sua destrui??o for?ou as pessoas a percorrerem 55 quil¨®metros para ir de um lado do rio para o outro.

A nova ponte abriu as portas para o retorno da ¡°comercializa??o dos nossos produtos agr¨ªcolas com a capital da prov¨ªncia, a Cidade de Tete¡±, disse Rosa Chirenga, uma vendedeira de vegetais em Moatize.

Da mesma forma, a reabilita??o de uma ponte e estrada no distrito de Macomia, no extremo norte da Prov¨ªncia de Cabo Delgado, restaurou o acesso dos moradores ¨¤ importante regi?o pesqueira de Mocimboa-da-praia, que o Ciclone Kenneth isolara durante meses.