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REPORTAGEM 23 de mar?o de 2021

Am¨¦rica Latina acelera a ado??o de ?nibus el¨¦tricos

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Usu¨¢rios do Transmilenio, em Bogot¨¢, durante a pandemia

Jairo Bedoya/Banco Mundial


A substitui??o de ?nibus a gasolina por ve¨ªculos el¨¦tricos, com modelos de neg¨®cios inovadores, ¨¦ algo que pode ser imitado em todo o mundo, segundo relat¨®rio da IFC e C40

Em meio ¨¤s tristes not¨ªcias sobre o agravamento e prolongamento da pandemia de COVID-19, a Am¨¦rica Latina tem um motivo para estar esperan?osa: a regi?o pode motivar o resto do mundo a adotar gradualmente os ?nibus el¨¦tricos, o que ajudar¨¢ as cidades a serem mais sustent¨¢veis ??no p¨®s-pandemia.

Essa ¨¦ uma das principais conclus?es do estudo (em ingl¨ºs), publicado pela Corpora??o Financeira Internacional - IFC (bra?o do Grupo Banco Mundial para o setor privado) e C40 (uma rede de cidades comprometidas com a redu??o das mudan?as clim¨¢ticas).

O documento destaca os avan?os significativos de pa¨ªses como Chile e Col?mbia. Santiago conta com 776 ?nibus el¨¦tricos, que operam com contratos privados. Da mesma forma, Bogot¨¢ anunciou em janeiro que modernizar¨¢ a frota do Transmil¨ºnio com 596 novos ?nibus, chegando a um total de 1.485 ve¨ªculos el¨¦tricos (¡°a maior frota fora da China¡±, destacaram as autoridades locais; o pa¨ªs asi¨¢tico tem quase 98% da ?nibus el¨¦tricos do planeta).

Segundo os autores, Anthony Courreges (da IFC) e John Graham (C40), o segredo da Am¨¦rica Latina est¨¢ nas parcerias p¨²blico-privadas (PPPs) inovadoras ou nos modelos de concess?o nos quais os fornecedores financiam, adquirem e mant¨ºm as frotas, disponibilizando os ?nibus el¨¦tricos para operadoras ou munic¨ªpios sob contratos ??de longo prazo. Assim, as operadoras ou munic¨ªpios ficam liberados de cuidar da propriedade e da opera??o. ¡°Esse modelo permite que todas as partes interessadas fa?am o que fazem de melhor¡±, afirma o relat¨®rio.

Um modelo diferente

O modelo difere dos que existem na maioria das cidades do mundo, onde os ?nibus s?o propriedade de um ¨®rg?o p¨²blico ou de uma ¨²nica operadora privada, que adquire, opera e mant¨¦m a frota de acordo com os requisitos do contrato. "Por v¨¢rias raz?es, nenhuma dessas partes est¨¢ bem posicionada para liderar uma transi??o em larga escala baseada em investimentos para frotas el¨¦tricas", acrescenta o estudo.

Isso ¨¦ ainda mais preocupante quando consideramos o impacto do COVID-19 nas ag¨ºncias de transporte municipal.

Entre mar?o e abril de 2020, o n¨²mero de passageiros nos sistemas de transporte p¨²blico diminuiu em m¨¦dia entre 70% e 90%, provocando uma diminui??o das receitas, enquanto o custo de implementar novas medidas de higiene e seguran?a aumentou significativamente.

No Brasil, por exemplo, a Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI) indicou que os sistemas de transporte urbano estavam perdendo at¨¦ R$ 1 bilh?o por dia apenas para manter o sistema operacional.

Em um ambiente no qual os participantes tradicionais n?o conseguem liderar a transi??o para os ?nibus el¨¦tricos, modelos de neg¨®cios como o leasing ¨C amplamente usado em outras ind¨²strias, como log¨ªstica ou transporte a¨¦reo ¨C podem ajudar as cidades a modernizar suas frotas, com menos riscos e maior chance de sucesso, de acordo com o relat¨®rio.

Uma alternativa lucrativa

Apesar dos muitos desafios, h¨¢ boas not¨ªcias: conforme os custos de aquisi??o e opera??o diminuem, os ?nibus el¨¦tricos surgem cada vez mais como uma alternativa econ?mica aos ve¨ªculos movidos a combust¨ªveis f¨®sseis.

¡°Embora os ?nibus el¨¦tricos e a infraestrutura de carregamento possam consumir at¨¦ duas a tr¨ºs vezes mais capital (inicialmente) do que as op??es de ?nibus a diesel, os custos da bateria e as despesas operacionais anuais est?o caindo. O desempenho e a confiabilidade dos ?nibus el¨¦tricos tamb¨¦m est?o melhorando rapidamente. Os fabricantes est?o produzindo ve¨ªculos mais leves e eficientes, com bateria de longa dura??o e desempenho mais confi¨¢vel, com garantias melhores¡±, afirma o relat¨®rio.

De acordo com o estudo, as ag¨ºncias de transporte v¨ºm notando que o custo total de propriedade dos ?nibus el¨¦tricos ¨C que leva em considera??o o investimento de capital inicial, os custos de opera??o e manuten??o, e outros indiretos ao longo da vida ¨²til do ve¨ªculo ¨C j¨¢ est?o iguais aos dos modelos a diesel. ¡°Indo ainda mais longe, quando o c¨¢lculo inclui melhorias na qualidade do ar e redu??o nas emiss?es de gases de efeito estufa, a balan?a pende ainda mais a favor dos ?nibus el¨¦tricos¡±, acrescenta o documento.

O relat¨®rio identifica riscos e oportunidades semelhantes aos experimentados pelos participantes dos setores e¨®lico e solar h¨¢ uma d¨¦cada. A capacidade instalada cresceu desde ent?o gra?as a melhorias tecnol¨®gicas e economias de escala.

¡°Com a for?a bruta da tecnologia e da produ??o em escala, o mesmo acontecer¨¢ com o mercado de ?nibus el¨¦tricos, impulsionado por governos ¨¢vidos por limpar seus sistemas de transporte e uma s¨¦rie de participantes do setor privado (incluindo investidores, bancos, fabricantes e seguradoras) que querem investir no setor de infraestrutura sustent¨¢vel. O segredo ¨¦ alinhar essa intrincada rede para gerar concorr¨ºncia, transpar¨ºncia e um retorno razo¨¢vel para todos os participantes¡±, afirmam os autores do relat¨®rio.

A cria??o de um sistema de transporte p¨²blico sustent¨¢vel j¨¢ era essencial antes da pandemia, quando as cidades come?aram a sofrer os impactos das mudan?as clim¨¢ticas ¨C como secas ou chuvas mais intensas ¨C, e ser¨¢ ainda mais em um futuro pr¨®ximo, no qual a infraestrutura ter¨¢ um papel decisivo na recupera??o econ?mica p¨®s-pandemia.



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