WASHINGTON, 11 de Abril de 2016¡ª A actividade econ¨®mica na ?frica Subsariana abrandou em 2015, com um crescimento m¨¦dio do PIB na ordem dos 3%, uma queda face aos 4,5% em 2014. Isto significa que o ritmo da expans?o desacelerou para os m¨ªnimos registados em 2009.
Estes n¨²meros est?o descritos na publica??o Africa¡¯s Pulse, a an¨¢lise semestral do Banco Mundial das tend¨ºncias econ¨®micas e dos dados mais recentes da regi?o. A previs?o de crescimento para 2016 permanece moderada em 3,3%, bastante abaixo da taxa de crescimento de 6,8% do PIB, que a regi?o manteve no per¨ªodo de 2003-2008. Globalmente projecta-se uma retoma do crescimento em 2017-2018 para 4,5%.
A queda dos pre?os das mat¨¦rias-primas ¨C em particular do petr¨®leo que caiu 67% de Junho de 2014 a Dezembro de 2015 ¨C e o crescimento global an¨¦mico, sobretudo nas economias de mercado emergentes, explicam o desempenho deficiente da regi?o. Em diversas ocasi?es, ao impacto adverso dos pre?os mais baixos das mat¨¦rias-primas somaram-se condi??es internas tais como faltas de electricidade, incerteza das pol¨ªticas, seca e amea?as ¨¤ seguran?a, que foram um obst¨¢culo ao crescimento. Houve algumas situa??es que se destacaram pela positiva, onde o crescimento se manteve robusto, como ¨¦ o caso da Costa de Marfim, que registou um ambiente de pol¨ªticas favor¨¢vel e um crescimento do investimento, e tamb¨¦m pa¨ªses importadores de petr¨®leo, nomeadamente o Qu¨¦nia, Ruanda e Tanz?nia.
O ambiente externo com que a regi?o se confronta dever¨¢ permanecer dif¨ªcil. Numa s¨¦rie de pa¨ªses, a possibilidade de medidas de protec??o est¨¢ mais d¨¦bil, dificultando a resposta pol¨ªtica destes pa¨ªses. Os atrasos na implementa??o de ajustamentos, a queda de receitas provenientes das exporta??es de mat¨¦rias-primas e o agravamento da seca representam riscos para as perspectivas de crescimento de ?frica.
¡±? medida que os pa¨ªses se ajustam a um ambiente global mais exigente, ser?o necess¨¢rios esfor?os mais musculados para aumentar a mobiliza??o de recursos internos. Com a tend¨ºncia de queda dos pre?os das mat¨¦rias-primas, em particular do petr¨®leo e do g¨¢s, chegou a hora de acelerar todas as reformas que ir?o desencadear o potencial de crescimento de ?frica e fornecer electricidade a pre?os acess¨ªveis a toda a popula??o africana¡±, diz Makhtar Diop, Vice-presidente do Banco Mundial para ?frica.
Alguns pa¨ªses ir?o registar um crescimento moderado. Em mercados fronteiri?os, est¨¢ previsto um crescimento ligeiro no Gana, fruto de uma melhoria do sentimento do investidor, do lan?amento de novos campos petrol¨ªferos e do abrandamento da crise de electricidade. No Qu¨¦nia, o crescimento dever¨¢ continuar s¨®lido, apoiado pelo consumo privado e o investimento em infra-estruturas p¨²blicas.
O aumento na actividade projectado para 2017-2018 reflecte uma melhoria gradual das maiores economias da regi?o ¨C Angola, Nig¨¦ria e ?frica do Sul ¨C com a estabiliza??o dos pre?os das mat¨¦rias-primas e a implementa??o de reformas promotoras do crescimento
Cidades Africanas como Motores de Crescimento
Uma vez que ?frica est¨¢ a registar um r¨¢pido crescimento urbano, existe uma estreita janela de oportunidade para aproveitar o potencial das cidades como motores de crescimento econ¨®mico. O r¨¢pido decl¨ªnio dos pre?os das mat¨¦rias-primas afectou adversamente os pa¨ªses ricos em recursos e assinalou uma necessidade urgente de diversifica??o econ¨®mica em ?frica. A urbaniza??o e cidades bem administradas s?o uma oportunidade importante para se obter um trampolim para a diversifica??o.
O crescimento das cidades, quando bem administradas, pode impulsionar crescimento econ¨®mico e produtividade. Mas as cidades africanas n?o est?o a produzir economias de aglomera??o nem a colher benef¨ªcios de produtividade urbana. Ao contr¨¢rio, elas sofrem de custos elevados de alimenta??o, habita??o e transportes
A habita??o e os transportes s?o particularmente caros nas ¨¢reas urbanas de ?frica. Os pre?os da habita??o s?o cerca de 55% mais altos nas ¨¢reas urbanas dos pa¨ªses africanos, tomando por compara??o os seus n¨ªveis de rendimento. O transporte urbano, que inclui pre?os de ve¨ªculos e servi?os de transportes, ¨¦ aproximadamente 42% mais caro nas cidades africanas do que nas cidades de outros pa¨ªses. Tal como as fam¨ªlias e os trabalhadores, as empresas tamb¨¦m se deparam com custos urbanos elevados. A an¨¢lise transnacional confirma que as empresas transformadoras nas cidades africanas pagam sal¨¢rios mais altos, em termos nominais, do que as empresas urbanas noutros pa¨ªses com n¨ªveis de desenvolvimento compar¨¢veis.
Para construir cidades que funcionam bem ¨C cidades que s?o habit¨¢veis, conectadas e acess¨ªveis e, portanto, economicamente densas ¨C os decisores pol¨ªticos v?o precisar de dirigir a sua aten??o para os problemas estruturais mais profundos que fazem uma m¨¢ afecta??o da terra, fragmentam o desenvolvimento e limitam a produtividade.
¡°Para garantir o crescimento e o desenvolvimento social, as cidades t¨ºm de se tornar menos caras para as empresas e mais atraentes para os investidores¡±, afirma Punam Chuhan-Pole, Economista Chefe Interino para a regi?o Africa do Banco Mundial e o autor do relat¨®rio. ¡°Tamb¨¦m t¨ºm de ser mais apraz¨ªveis para os residentes, oferecendo servi?os e amenidades. Tudo isto ir¨¢ exigir a reforma dos mercados de terras urbanas e regulamenta??o urbana, e a coordena??o do investimento em infra-estruturas.
Termos de troca
A baixa de pre?os das mat¨¦rias-primas reduziram os termos de troca de ?frica, em 2016, em cerca de 16% com os exportadores de mat¨¦rias-primas a registarem perdas consider¨¢veis nos termos de troca. Em toda a regi?o, em 2016, o impacto deste choque dever¨¢ reduzir a actividade econ¨®mica em 0,5% relativamente ao valor de refer¨ºncia e enfraquecer a conta corrente e o saldo or?amental num valor que se situa entre 4 e 2 pontos percentuais abaixo do cen¨¢rio de refer¨ºncia, respectivamente.
Perspectivas Futuras
Os pa¨ªses da ?frica Subsariana continuar?o a deparar-se com pre?os baixos e vol¨¢teis nos mercados globais de mat¨¦rias-primas. Os governos t¨ºm de tomar medidas para se ajustarem a um novo n¨ªvel de pre?os mais baixos das mat¨¦rias-primas, resolver vulnerabilidades econ¨®micas e desenvolver novas fontes de crescimento sustent¨¢vel e inclusivo. A expans?o de centros urbanos em ?frica oferece um trampolim para a diversifica??o. Mas s?o precisas institui??es de melhor qualidade para um planeamento e coordena??o eficazes que possa aumentar a densidade e produtividade econ¨®mica urbana e fomentar a transforma??o da regi?o.