WASHINGTON, 20 de Setembro de 2016¡ª Depois de ter abrandado para 3% em 2015, o crescimento econ¨®mico na ?frica Subsariana registou uma queda adicional para 1,6% em 2016, o n¨ªvel mais baixo em mais de duas d¨¦cadas. O decl¨ªnio abrupto do crescimento agregado reflecte as condi??es econ¨®micas adversas nas maiores economias e exportadores de mat¨¦rias-primas da regi?o. Muitos destes pa¨ªses continuam a enfrentar desafios no que toca aos baixos pre?os das mat¨¦rias-primas, condi??es financeiras restritivas e incertezas na pol¨ªtica interna. A actividade econ¨®mica tem sido particularmente d¨¦bil nos pa¨ªses exportadores de petr¨®leo. Ao mesmo tempo, o crescimento econ¨®mico em cerca de um quarto dos pa¨ªses da regi?o est¨¢ a mostrar sinais de resili¨ºncia.
Estes ¨²ltimos n¨²meros est?o descritos no novo Africa¡¯s Pulse, a an¨¢lise semestral das tend¨ºncias e dados econ¨®micos do Banco Mundial para a regi?o. O crescimento est¨¢ longe de ser homog¨¦neo, sugerindo que os pa¨ªses est?o a crescer a velocidades divergentes. Enquanto muitos pa¨ªses est?o a registar uma derrapagem acentuada no crescimento econ¨®mico, j¨¢ outros, como a Eti¨®pia, Ruanda e Tanz?nia, continuaram a experimentar taxas m¨¦dias anuais de crescimento superiores a 6%. Alguns pa¨ªses, incluindo a Costa do Marfim e o Senegal, apresentaram os melhores desempenhos.
¡°A nossa an¨¢lise indica que os pa¨ªses com um desempenho mais resiliente em termos de crescimento tendem a possuir um enquadramento de pol¨ªtica macroecon¨®mica mais s¨®lido, um melhor quadro regulamentar da actividade econ¨®mica, uma estrutura mais diversificada de exporta??es e institui??es mais eficazes¡± diz Albert Zeufack, Economista Chefe do Banco Mundial para ?frica.
Apesar de uma recente retoma, os pre?os das mat¨¦rias-primas dever?o permanecer muito abaixo dos seus m¨¢ximos de 2011¨C2014, traduzindo a fraca retoma mundial. Confrontados com necessidades crescentes de financiamento, os exportadores de mat¨¦rias-primas come?aram a ajustar-se mas os esfor?os t¨ºm sido irregulares e permanecem insuficientes. Neste contexto, espera-se uma recupera??o modesta, prevendo-se que o PIB real da ?frica Subsariana cres?a 2,9% em 2017 e registe uma subida moderada para 3,6% em 2018.
Africa¡¯s Pulse refere que o desempenho econ¨®mico da regi?o em 2017 continuar¨¢ a ser marcado por varia??es entre pa¨ªses. Enquanto as economias maiores e outros exportadores de mat¨¦rias-primas dever?o registar um aumento modesto no crescimento do PIB, ¨¤ medida que os pre?os das mat¨¦rias-primas continuam a estabilizar, prev¨º-se que a actividade econ¨®mica continue a crescer a um ritmo robusto no resto da regi?o, apoiada em parte pelos investimentos em infra-estruturas.
Prevendo-se que o ambiente externo continue adverso, seriam necess¨¢rios ajustamentos mais profundos em alguns pa¨ªses para conter, tanto os d¨¦fices or?amentais como os da conta corrente, e para restaurar pol¨ªticas estabilizadoras. O Pulseargumenta ainda que, a par dos ajustamentos das pol¨ªticas macroecon¨®micas, os pa¨ªses precisar?o de acelerar as reformas estruturais para melhorar as perspectivas de crescimento de m¨¦dio prazo.
Aumento da Produtividade Agr¨ªcola para a Redu??o da Pobreza
O decl¨ªnio nos pre?os do petr¨®leo e das mat¨¦rias-primas prejudicou os pa¨ªses ricos em recursos e sinaliza a necessidade urgente de diversifica??o econ¨®mica na regi?o, incluindo mediante melhorias na agricultura. O crescimento da produtividade agr¨ªcola em ?frica est¨¢ aqu¨¦m do registado noutras regi?es. Enquanto os aumentos da produ??o noutras regi?es do mundo foram impulsionados pelo melhor uso dos factores de produ??o e por melhorias em tecnologias de produ??o, em ?frica eles resultaram sobretudo da expans?o da ¨¢rea de cultivo.
A despesa p¨²blica com a agricultura em ?frica tamb¨¦m ¨¦ inferior ¨¤ de outras regi?es em desenvolvimento, embora a agricultura seja respons¨¢vel por um ter?o do PIB de toda a regi?o e empregue dois ter?os da for?a de trabalho, estando os pa¨ªses mais pobres mais fortemente dependentes da agricultura. S?o necess¨¢rias escolhas inteligentes de investimentos e de pol¨ªticas para se promover o crescimento na economia rural, acelerar a redu??o da pobreza e promover um crescimento inclusivo. O aumento da produtividade agr¨ªcola ¨¦ essencial para se impulsionar a transforma??o estrutural e gerir a transi??o urbana, atrav¨¦s do aumento dos rendimentos e da possibilidade de mais pessoas abandonarem a agricultura.
&²Ô²ú²õ±è;¡°Aumentar a produtividade dos pequenos propriet¨¢rios agr¨ªcolas ¨¦ fundamental para se elevar os rendimentos rurais e reduzir a pobreza na ?frica Subsariana,¡± diz Punam Chuhan-Pole, Economista Chefe do Banco Mundial para ?frica e o autor do relat¨®rio. ¡°Mas para desencadear essa produtividade ¨¦ necess¨¢rio investir em bens p¨²blicos rurais, tais como infra-estrutura rural, investiga??o agr¨ªcola e uso de tecnologias melhoradas, assim como na exist¨ºncia de dados e evid¨ºncias de boa qualidade.¡±
Como os mercados regionais de ?frica evoluem rapidamente ¡ª prevendo-se que atinjam um trili?o de d¨®lares at¨¦ 2030 ¡ª h¨¢ um enorme potencial de aumento da produ??o e da produtividade. O Pulse constata que os pa¨ªses da ?frica Subsariana subfinanciam investimentos de retorno elevado e que um aumento da efici¨ºncia dos actuais gastos p¨²blicos na agricultura com o simult?neo reequil¨ªbrio da sua composi??o poderia colher benef¨ªcios maci?os.
Progredir
Para se avan?ar, Africa¡¯s Pulse recomenda que os pa¨ªses tomem medidas urgentes para se ajustarem aos baixos pre?os das mat¨¦rias-primas, resolverem as vulnerabilidades econ¨®micas e desenvolverem novas fontes de crescimento sustent¨¢vel e inclusivo. Ao promoverem o aumento da produtividade agr¨ªcola, os pa¨ªses n?o s¨® aumentam os rendimentos das fam¨ªlias rurais como tamb¨¦m ir?o baixar os pre?os dos alimentos e promover o desenvolvimento da ind¨²stria agro-alimentar.