O Brasil est¨¢ em uma posi??o privilegiada para proporcionar ao seu povo uma vida melhor e, ao mesmo tempo, superar com sucesso a amea?a das mudan?as clim¨¢ticas, de acordo com o
As mudan?as clim¨¢ticas j¨¢ est?o alterando os padr?es de temperatura e o regime pluviom¨¦trico no Brasil, resultando em menos disponibilidade de ¨¢gua e secas prolongadas, e espera?se que esses problemas se agravem com o tempo. Isso tem implica??es para a energia hidrel¨¦trica, a agricultura e o uso urbano da ¨¢gua, al¨¦m de amea?ar os ecossistemas incompar¨¢veis do Brasil, especialmente os biomas Amaz?nia e Cerrado. Eventos clim¨¢ticos extremos, tais como secas, enchentes repentinas e inunda??es fluviais nas cidades causam perdas de R$ 13 bilh?es (US$ 2,6 bilh?es, ou 0,1% do PIB de 2022) ao ano em m¨¦dia. Os desastres tamb¨¦m impactam significativamente a infraestrutura de transporte e energia do Brasil, afetando a competitividade econ?mica. A popula??o pobre de regi?es urbanas, principalmente os moradores de assentamentos informais, ¨¦ especialmente vulner¨¢vel.
Mesmo sem considerar poss¨ªveis pontos de inflex?o, os choques clim¨¢ticos podem empurrar um adicional de 800 mil a 3 milh?es de brasileiros para a pobreza extrema a partir de 2030. Embora o Brasil tenha reduzido drasticamente a parcela de pessoas que viviam em situa??o de pobreza extrema nas ¨²ltimas tr¨ºs d¨¦cadas, o n¨²mero de pessoas nessa condi??o aumentou desde a desacelera??o econ?mica de 2015¨C2016, e estima?se que tenha chegado a 5,8% em 2021.
Redu??es do rendimento agr¨ªcola relacionadas ao clima, eventos clim¨¢ticos extremos, altera??es nos pre?os dos alimentos, impactos na sa¨²de e redu??o da produtividade do trabalho devido ao calor podem exacerbar a pobreza. Dependendo do caminho de desenvolvimento subjacente, o aumento resultante da pobreza extrema pode variar de 0,4% a 1,3% da popula??o at¨¦ 2030.
Oportunidades clim¨¢ticas e de desenvolvimento no Brasil
O perfil de emiss?es brasileiro apresenta op??es de baixo custo para reduzir as emiss?es gerais do pa¨ªs, ao mesmo tempo em que melhora a sua resili¨ºncia aos riscos clim¨¢ticos e mitiga o risco de chegar ao ponto de inflex?o. Cumprir o compromisso do governo de acabar com o desmatamento ilegal at¨¦ 2028 (de acordo com o C¨®digo Florestal) e zerar as emiss?es liquidas at¨¦ 2050 poderia resultar em remo??es significativas de di¨®xido de carbono (CO2), preservando tamb¨¦m servi?os ecossist¨ºmicos vitais para os setores agr¨ªcola, energ¨¦tico e urbano. Priorizar esfor?os para conter o desmatamento tamb¨¦m permitiria ao Brasil descarbonizar gradualmente outros setores e evitar chegar ao ponto de inflex?o da Amaz?nia.
A grande parcela de energia renov¨¢vel e o potencial brasileiro para a produ??o de bens e servi?os ecol¨®gicos colocam o pa¨ªs em vantagem competitiva no fornecimento dos produtos necess¨¢rios para a descarboniza??o, incluindo minerais verdes, hidrog¨ºnio verde e produtos ecol¨®gicos manufaturados. O Brasil j¨¢ ¨¦ competitivo em v¨¢rios produtos necess¨¢rios para a descarboniza??o, incluindo os que est?o relacionados ¨¤ cadeia de valor de turbinas e¨®licas e pe?as para motores e geradores el¨¦tricos, al¨¦m de contar com outras oportunidades para diversificar as cadeias de valor de energia solar.