ACRA, 30 de Outubro, 2014¡ª O Grupo Banco Mundial anunciou hoje um financiamento adicional de USD 100 milh?es para o seu programa de resposta ¨¤ crise do ?bola, que permita acelerar o destacamento de trabalhadores de sa¨²de estrangeiros para os tr¨ºs pa¨ªses mais afectados da ?frica Ocidental. Esta decis?o vem aumentar o financiamento do Grupo Banco Mundial ¨¤ luta contra o ?bola, no decorrer dos ¨²ltimos tr¨ºs meses, na Guin¨¦, Lib¨¦ria e Serra Leoa, para mais de USD 500 milh?es.
Nestas ¨²ltimas semanas, a um refor?o maci?o e coordenado das equipas internacionais de sa¨²de nos tr¨ºs pa¨ªses, de forma a conter a epidemia. Os trabalhadores de sa¨²de s?o essenciais para tratar e cuidar de pacientes, incrementar as medidas de sa¨²de locais, gerir os centros de tratamento de ?bola e retomar servi?os essenciais de sa¨²de, n?o relacionados com o ?bola. Estimativas actuais das Na??es Unidas indicam que s?o necess¨¢rios cerca de 5.000 elementos internacionais, m¨¦dicos, formadores e pessoal de apoio, nos tr¨ºs pa¨ªses e ao longo dos pr¨®ximos meses, para dar resposta ao surto de ?bola, incluindo 700 a 1.000 trabalhadores de sa¨²de estrangeiros para tratar pacientes nos centros de tratamento de ?bola.
¡°A resposta mundial ¨¤ crise do ?bola tem aumentado significativamente em semanas recentes, mas temos ainda uma enorme falta de trabalhadores de sa¨²de treinados, para acorrer ¨¤s ¨¢reas com mais elevadas taxas de infec??o¡± disse o Presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim. ¡°Necessitamos urgentemente de quebrar barreiras ao destacamento de mais trabalhadores de sa¨²de. ? nossa esperan?a que estes 100 milh?es de d¨®lares possam constituir um catalisador para que se forme rapidamente uma onda de trabalhadores de sa¨²de para estas comunidades desesperadamente carentes.¡±
O financiamento adicional do Grupo Banco Mundial ajudar¨¢ a estabelecer um n¨²cleo de coordena??o, em estreita colabora??o com os tr¨ºs pa¨ªses, com a Organiza??o Mundial de Sa¨²de (OMS); com as Na??es Unidas, principal entidade coordenadora para o ?bola no Gana, e com outras ag¨ºncias, para o recrutamento, treino e destacamento de trabalhadores de sa¨²de qualificados, vindos do estrangeiro.
Esse n¨²cleo central ser¨¢ organizado e funcionar¨¢ em coordena??o com o Coordenador S¨¦nior de Sistemas da ONU para o ?bola e com a Miss?o de Reac??o de Emerg¨ºncia ao ?bola das Na??es Unidas (UNMEER, sigla em ingl¨ºs), com apoio t¨¦cnico da OMS e em estreita colabora??o com outros parceiros. Resolver¨¢ as dificuldades principais que est?o a bloquear o recrutamento de um n¨²mero significativo de trabalhadores de sa¨²de estrangeiros, como pagamento e benef¨ªcios, recrutamento e forma??o, seguran?a, transporte, alojamento, presta??o de cuidados de sa¨²de urgentes e/ou evacua??o por raz?es m¨¦dicas de pessoal que seja infectado.
O financiamento refor?ar¨¢ tamb¨¦m a capacidade global dos tr¨ºs pa¨ªses, no sentido de obterem as metas 70/70/60 estabelecidas pela UNMEER e pela OMS em 1 de Outubro, 2014: isolar e tratar 70 por centos dos casos suspeitos de ?bola na ?frica Ocidental e enterrar, em condi??es de seguran?a 70 por cento dos mortos, nos pr¨®ximos 60 dias.
O comunicado surge num momento em que aumenta o enfoque internacional na necessidade de levar mais trabalhadores formados em sa¨²de ¨¤ Guin¨¦, Lib¨¦ria e Serra Leoa.
Numa reuni?o especialmente dedicada ao ?bola, a 28 de Outubro 2014, em Adis Abeba, na Eti¨®pia, a Presidente da Comiss?o da Uni?o Africana, Dr?. Nkosazana Dlamini Zuma, afirmou que a sua organiza??o ajudaria a destacar 2.000 trabalhadores de sa¨²de treinados, de pa¨ªses africanos para as na??es afectadas. Nessa reuni?o, o Secret¨¢rio-geral das Na??es Unidas, Ban Ki-moon e o Presidente Kim do Grupo Banco Mundial, saudaram este compromisso, e declararam que fariam tudo o que for poss¨ªvel para ajudar. Tamb¨¦m, na Ter?a-feira, l¨ªderes de sa¨²de quenianos disseram a Kim que 600 trabalhadores de sa¨²de do seu pa¨ªs se ofereceram j¨¢ como volunt¨¢rios para trabalhar nos pa¨ªses afectados.
E j¨¢ anteriormente, no princ¨ªpio do m¨ºs, Paul Allen, co-fundador da Microsoft, anunciou um contributo de 100 milh?es de d¨®lares para aumentar o n¨²mero de trabalhadores de sa¨²de estrangeiros, sendo que uma parte consider¨¢vel deste financiamento ser¨¢ para assegurar servi?os m¨¦dicos de evacua??o de trabalhadores estrangeiros, caso contraiam ?bola. A Comiss?o Europeia e os Estados Unidos anunciaram tamb¨¦m, j¨¢ este m¨ºs, o apoio ¨¤ evacua??o de trabalhadores de sa¨²de estrangeiros infectados.
¡°Os trabalhadores da sa¨²de fazem o juramento de tratar doentes ¨C e assim, n?o ¨¦ para mim surpresa que muitos trabalhadores da sa¨²de queiram ir tratar doentes de ?bola na fonte desta epidemia,¡± disse Kim, um m¨¦dico especializado em doen?as infecciosas que passou anos a tratar doentes em pa¨ªses pobres. ¡°Temos, por isso, de encontrar formas para remover os obst¨¢culos que impe?am os trabalhadores de sa¨²de de prestarem os seus servi?os ¨C quer seja na forma de pagamento de trabalhadores em pa¨ªses em desenvolvimento, ou a promessa de servi?os de evacua??o. Os trabalhadores de sa¨²de que prestam cuidados a doentes de ?bola s?o her¨®is, e devemos trat¨¢-los como tal.¡±
Kim declarou ainda que esta conjuntura poder¨¢ ser o ponto de partida para a cria??o de um corpo de reserva para a seguran?a na sa¨²de, com car¨¢cter global e mais permanente, origin¨¢rio de diferentes pa¨ªses, para uma resposta r¨¢pida e bem direccionada de destacamento de trabalhadores da sa¨²de, em futuras crises.
¡°Num momento em que nos concentramos intensamente na resposta ¨¤ emerg¨ºncia do ?bola, temos tamb¨¦m de investir em infra-estruturas p¨²blicas de sa¨²de, institui??es e sistemas, para nos prepararmos para a pr¨®xima epidemia, que se poder¨¢ espalhar ainda mais rapidamente, matar ainda mais pessoas e devastar, potencialmente, a economia global¡±, afirmou Kim.
O novo financiamento vir¨¢ do Instrumento de Resposta a Crises da AID, que faz parte do Grupo Banco Mundial, que foi concebido para ajudar pa¨ªses da AID, com baixo rendimento, a reagir a crises excepcionalmente graves, de uma forma pronta, transparente e previs¨ªvel. O financiamento deste Mecanismo de Resposta a Crises complementa apoios das Na??es Unidas e de outros mecanismos de ajuda, no sentido de proporcionar assist¨ºncia e apoio essencial aos pa¨ªses afectados, ajudando-os, simultaneamente, a regressarem a uma via de desenvolvimento a longo prazo.
O Grupo Banco Mundial anunciou anteriormente, que estava a mobilizar USD400 milh?es para os tr¨ºs pa¨ªses mais duramente atingidos pela crise do ?bola, dos quais USD 117 milh?es foram j¨¢ desembolsados. Este apoio ¨C estreitamente coordenado com as Na??es Unidas e outros parceiros internacionais e nacionais ¨C ajudar¨¢ os pa¨ªses afectados a tratar os seus doentes, far¨¢ fornecimentos essenciais de alimentos e ¨¢gua a fam¨ªlias afectadas pelo ?bola, lidando assim com a crise econ¨®mica e social e come?ando a melhorar os seus sistemas de sa¨²de p¨²blica, de forma a criar resili¨ºncia e prepara??o para poss¨ªveis futuras epidemias. O Grupo Banco Mundial tamb¨¦m divulgou recentemente um relat¨®rio que avisa que se o v¨ªrus continuar a progredir nos tr¨ºs pa¨ªses mais duramente afectados e se espalhar a pa¨ªses vizinhos, o impacto financeiro para a regi?o, num per¨ªodo de dois anos, poder¨¢ atingir USD32,6 mil milh?es, at¨¦ ao final de 2015.