WASHINGTON, 17 de junho de 2021 ¨C Crises econ?micas, tais como a que a Am¨¦rica Latina e o Caribe est?o passando no momento, t¨ºm efeitos duradouros na estrutura de emprego e podem expulsar permanentemente muitas pessoas da economia formal, segundo novo relat¨®rio do Banco Mundial.
De acordo com , a pandemia de Covid-19 vem causando maior impacto nos trabalhadores menos qualificados e agravando a j¨¢ alta desigualdade na regi?o. ? comum que trabalhadores menos qualificados sofram com sal¨¢rios mais baixos por dez anos ap¨®s uma crise, e trabalhadores mais qualificados consigam uma recupera??o mais r¨¢pida.
Em consequ¨ºncia disso, as pol¨ªticas governamentais devem ter como foco a prote??o dos trabalhadores contra impactos significativos e de longo prazo, por meio do seguro-desemprego, de redes de prote??o social e requalifica??o, da facilita??o para a gera??o de postos de trabalho e de assist¨ºncia aos trabalhadores para que possam estar nos locais onde h¨¢ trabalho. Concorr¨ºncia mais acirrada, maior flexibilidade para gerir recursos humanos e redu??o dos subs¨ªdios podem ajudar. Por meio de pol¨ªticas comerciais e contratos p¨²blicos, os governos podem criar um ambiente mais prop¨ªcio para as empresas competitivas prosperarem. Al¨¦m disso, investimento direcionado ao transporte p¨²blico pode aproximar os trabalhadores dos empregos e moradia acess¨ªvel pode permitir que eles vivam pr¨®ximos de onde h¨¢ empregos.
¡°A recupera??o econ?mica costuma ser um mito quando se trata de empregos, mas n?o precisa ser assim¡±, disse o vice-presidente do Banco Mundial para a Am¨¦rica Latina e Caribe, Carlos Felipe Jaramillo. ¡°As pol¨ªticas certas podem ajudar a limitar o impacto das crises sobre o mercado de trabalho e promover a cria??o de mais empregos nos per¨ªodos de recupera??o.¡±
Como mostram alguns dos maiores choques que impactaram a regi?o nas ¨²ltimas d¨¦cadas, as consequ¨ºncias das crises na Am¨¦rica Latina e no Caribe s?o duradouras e deixam marcas profundas na quest?o do emprego. Por exemplo, os dados sobre emprego antes e depois da crise da d¨ªvida do Brasil, os efeitos da crise financeira asi¨¢tica no Chile, e o impacto da crise global de 2008-2009 no M¨¦xico demonstram que as r¨¢pidas recupera??es n?o se materializaram. Nos tr¨ºs casos, a curva de emprego sofreu um forte desvio negativo em decorr¨ºncia dessas crises, que ao inv¨¦s de se reverter, se tornou mais acentuada com o tempo.
Em m¨¦dia, ap¨®s tr¨ºs anos, uma recess?o acarreta a perda l¨ªquida de 1,5 milh?o de empregos, com a contra??o de 3% no trabalho formal e uma expans?o do informal. A crise atual poderia ser ainda pior e causar uma contra??o de at¨¦ 4% no emprego formal.
Os trabalhadores menos qualificados tendem a sofrer mais, agravando as desigualdades persistentes na regi?o. Para eles, as marcas das crises podem durar at¨¦ uma d¨¦cada, com perda de renda e aumento da vulnerabilidade. Al¨¦m disso, dois ter?os dos pa¨ªses da regi?o n?o t¨ºm programas de seguro-desemprego. Para minimizar essas marcas profundas, os governos devem adotar pol¨ªticas que deem suporte ¨¤ recupera??o sustent¨¢vel das economias e facilitem a recupera??o do emprego.
¡°Precisamos aproveitar a oportunidade para nos recuperarmos de uma maneira melhor,¡± declarou Joana Silva, Economista S¨ºnior do Banco Mundial e principal autora do relat¨®rio. ¡°Devemos fortalecer os nossos mercados de trabalho de modo que eles possam lidar com os futuros choques e reverter rapidamente os seus impactos.¡±
O primeiro passo fundamental ¨¦ implementar estruturas macroecon?micas e estabilizadores autom¨¢ticos fortes e prudentes para proteger os mercados de trabalho de poss¨ªveis crises. S¨®lidas pol¨ªticas fiscais e monet¨¢rias podem preservar a estabilidade macroecon?mica e evitar a press?o financeira no sistema como um todo diante de um choque. Reformas fiscais, incluindo um sistema tribut¨¢rio menos distorcido, gastos p¨²blicos mais eficientes, programas de aposentadoria financeiramente sustent¨¢veis e regras fiscais claras est?o na linha de frente da defesa contra as crises.
Programas contrac¨ªclicos de apoio ¨¤ renda, tais como o seguro-desemprego e outros tipos de transfer¨ºncias para as fam¨ªlias em per¨ªodos de recess?o, limitam os danos causados pelas contra??es e auxiliam na recupera??o das economias. No entanto, um dos desafios ¨¦ que os grandes segmentos da for?a de trabalho da regi?o s?o informais e n?o s?o, portanto, contemplados com o seguro-desemprego tradicional.
Ademais, ¨¦ imprescind¨ªvel ampliar a capacidade de prote??o social e as pol¨ªticas trabalhistas da regi?o, combinando essas pol¨ªticas em sistemas que ofere?am apoio ¨¤ renda e preparem os trabalhadores para novos trabalhos por meio da requalifica??o e da assist¨ºncia para obten??o de um novo emprego. A r¨¢pida rea??o dos governos para expandir alguns dos programas de prote??o social e emprego durante a pandemia pode levar a avan?os no desenvolvimento de registros sociais melhores e mais integrados. Essa medida ¨¦ vi¨¢vel no curto prazo e pode fazer a diferen?a no alcance desses programas.
No entanto, estabilizadores macroecon?micos mais fortes e reformas nos sistemas de prote??o social e trabalhista n?o s?o suficientes. Tamb¨¦m ¨¦ necess¨¢rio estimular a recupera??o do emprego dando apoio ¨¤ gera??o intensiva de postos de trabalho. Esse esfor?o exigir¨¢ resolver quest?es estruturais. Pol¨ªticas de concorr¨ºncia, pol¨ªticas regionais e regulamenta??es trabalhistas s?o ¨¢reas primordiais. Se os pa¨ªses n?o tratarem desses temas fundamentais, as recupera??es continuar?o sendo caracterizadas pela lentid?o na cria??o de empregos.
Resposta do Banco Mundial ¨¤ Pandemia da Covid-19
Desde o in¨ªcio da pandemia da Covid-19, o Grupo Banco Mundial assegurou mais de US$125 bilh?es para combater os impactos sanit¨¢rios, sociais e econ?micos causados pela pandemia, sendo essa a resposta mais r¨¢pida e mais ampla a uma crise em sua hist¨®ria. O financiamento vem ajudando mais de 100 pa¨ªses a fortalecer os seus sistemas de prepara??o para pandemias, proteger os pobres e os empregos, e dar in¨ªcio a uma recupera??o favor¨¢vel ao clima. O Banco tamb¨¦m destinou US$12 bilh?es para ajudar os pa¨ªses de baixa e m¨¦dia renda a comprar e distribuir testes, tratamentos e vacinas contra a Covid-19.
Conhe?a mais sobre o trabalho do Banco Mundial na Am¨¦rica Latina e no Caribe: www.worldbank.org/lac
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