A paulista Milene Veroneze tinha s¨® 13 anos quando o pai se juntou a uma cooperativa de produtores de leite. Hoje, aos 37, cuida de compras, faz pagamentos e fica de olho para que os colegas vacinem o gado em dia. ¡°Aprendi tudo na marra¡±, conta a assistente administrativa. Em breve, ela mudar¨¢ de cidade, mas n?o sem antes treinar J¨¦ssica Cal?a, 20 anos, que observa cada passo da mestra.
A cooperativa faz parte das 30 mil empresas de economia solid¨¢ria existentes no Brasil, segundo o Minist¨¦rio do Trabalho. Elas empregam cerca de 2,3 milh?es de pessoas e t¨ºm algumas caracter¨ªsticas fundamentais.
A primeira delas ¨¦ o trabalho em associa??es ou cooperativas. A segunda, a propriedade coletiva dos instrumentos de produ??o, como o computador em que Milene trabalha e a m¨¢quina usada na fabrica??o de iogurtes. A autogest?o ¨¦ outra marca: todas as decis?es s?o tomadas pelos pr¨®prios cooperados.
Ainda segundo o Minist¨¦rio do Trabalho, muitas dessas empresas adotam t¨¦cnicas sustent¨¢veis de produ??o. Finalmente, os integrantes compartilham o que ganham, com pagamento e chances iguais para homens e mulheres.
¡°Por tudo isso, a economia solid¨¢ria emancipa o trabalhador e d¨¢ oportunidades tanto a quem vive no campo quanto a quem est¨¢ em situa??o de pobreza¡±, avalia Roberto Marinho, secret¨¢rio adjunto da Secretaria Nacional de Economia Solid¨¢ria, ligada ao Minist¨¦rio.
No pr¨®ximo m¨ºs, a institui??o deve divulgar novos n¨²meros relativos ao tema e o perfil de quem trabalha no setor.
¡°No Brasil, a economia solid¨¢ria integra a estrat¨¦gia nacional de inclus?o produtiva; ¨¦ tamb¨¦m cada vez mais importante em pa¨ªses como El Salvador e M¨¦xico. Isso mostra um esfor?o da regi?o em unir as pol¨ªticas de assist¨ºncia social ¨¤s de gera??o de emprego¡±, explica Concepci¨®n Steta, especialista em prote??o social no Banco Mundial.